WOOLF, Virginia. Orlando
Todas as coisas se apresentam com o seu mais suave aspecto, e, quando pareciam prestes a dissolver-se, alguma gota de prata as reavivava e animava. Assim deveria ser a conversação, pensava Orlando (deixando-se conduzir por absurdos sonhos); assim deveria ser a sociedade, deveria ser a amizade, deveria ser o amor. Pois – os céus saberão por quê – quando perdemos a fé no convívio humano, a casual disposição de uns galpões e de umas árvores ou de umas medas e um carro se nos apresenta como símbolo tão perfeito do inatingível que recomeçamos outra vez a busca.
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